Eis que a Sony patenteou uma tecnologia que impede a revenda de jogos. Como funciona? Basicamente ela associa o disco ao seu console, impedindo que ele funcione em outro videogame. O jogo na caixa, que uma vez era um bem perfeitamente alienável, agora é como um ingresso de cinema usado.
Um executivo da Lionhead falou certa vez que o mercado de games de segunda-mão é pior que a pirataria. “Pior”. Para quem? O jogo foi pago, é legal. Nada mais justo que o dono possa optar por vendê-lo. É difícil entender como uma compra legítima possa ser ''pior'' que a pirataria, atividade ilegal que não gera renda para ninguém.
A minha realidade – pelo menos – não permite que eu tenha todos os jogos que gostaria pagando preço de prateleira. Apelo para as liquidações no Steam e Origin, por exemplo. Não acredito que seja diferente para a maioria das pessoas. Conheço gente que aposta nos games usados como uma boa oportunidade de jogar títulos que de outra forma não jogaria. Eu não pagaria R$ 150 pelo novo Syndicate, por exemplo. Metade disso, talvez.
Não consigo vislumbrar benefícios para os jogadores em impedir a revenda de jogos. A geração atual tem ido bem. Mesmo com jogos usados e pirataria continuamos tendo lançamento de qualidade e faturamento estratosférico de algumas empresas, e não só das grandes.
Caso a Sony resolva implantar essa tecnologia no Playstation 4, já larga com – muita – desvantagem na disputa pelo trono da próxima geração. Caso isso ocorra, um dos dois irá sofrer: ou o próprio console, ou a venda de jogos físicos.
E para a Microsoft: que não faça disso a regra.